Parques do Rio em exposição de fotografias

Dicotomia apresenta 18 fotografias, ampliadas em grandes formatos, e dois vídeos que mostram o processo de criação das obras. A exposição acontecerá dentro do parque Jardim Botânico, tem entrada franca e funciona todos os dias da semana (com exceção de quarta-feira)

A paixão de Sergio Zalis pela fotografia e pelas cidades do Rio de Janeiro e de Haia, representadas por seus principais parques, estão reunidas na nova exposição individual do artista, Dicotomia, que tem curadoria de Christiane Laclau. A inauguração será no dia 20 de junho (quinta) e a exposição segue em cartaz até 20 julho, na galeria do Instituto Antônio Carlos Jobim.

O brasileiro Sergio Zalis se tornou cidadão holandês no início deste ano. Há décadas, ele se divide entre os dois países e, com essa exposição, homenageia o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Scheveningse Bosjes, parques onde ele caminha cotidianamente, que fazem parte da sua vida. Duas áreas públicas arborizadas, criadas no século XIX, com fauna e flora características de climas bem diferentes, que, em Dicotomia,são reveladasatravés de fotografias imersivas feitas em diversas estações do ano. “Zalis interpreta seu modo de ver a natureza como ela está registrada em sua memória estética e, principalmente, afetiva, em uma viagem entre o belo e o sublime”, comenta Christiane Laclau.

Dicotomia apresenta 18 fotografias, ampliadas em grandes formatos, e dois vídeos que mostram o processo de criação das obras.O local da exposição não poderia ser mais perfeito – o Instituto fica dentro do parque Jardim Botânico, tem entrada franca e funciona todos os dias da semana (com exceção de quarta-feira).

Haia e Rio são cidades que possuem umas das áreas mais verdes nos seus respectivos países. O fotógrafo trabalhou entre 2023 e 2024 nestas duas florestas urbanas, dois microuniversos que se complementam na imaginação afetiva do artista. Zalis mostra Haia com um olhar brasileiro e o Rio com uma estética holandesa. É o conceito da dicotomia, onde dois elementos opostos são, frequentemente, complementares.

Utilizando a técnica focus stacking, Sergio captura uma série de imagens em diferentes distâncias de foco, as mescla digitalmente e tem como resultado todos os elementos em foco nítido. Essa técnica confere uma representação hiper-realista que se desvia drasticamente, tanto da percepção visual humana, quanto das lentes fotográficas convencionais. Nas fotografias da exposição as texturas intrincadas das árvores, das folhas sussurrantes e da vastidão do céu, são reveladas sem distinção de nitidez, evocando uma sensação quase surreal.

A fotografia de Sergio Zalis causa um efeito misto, atordoante e maravilhoso. Ao observar os detalhes da floresta impressos no papel, é impossível dizer se há mais vida na vegetação original ou na inventada pelo artista. São imagens nas quais cada centímetro do quadro tem vida própria, sem hierarquia de valor entre uma ou outra partícula e cada uma delas, ao mesmo tempo, nos convida a mergulhar na obra como um todo. Zalis renova o olhar do público carioca ao apresentar, longe do documental ou do científico, uma desorientação para reinventar a experiência com o mundo verde que se esconde entre asfaltos.”, observa Laclau.

Sergio Zalis sempre trabalhou em fotografia e jornalismo. Iniciou a carreira em 1974, aos 18 anos, na extinta revista Manchete. Criado no Rio de Janeiro, cursou Economia por um ano e meio antes de se dedicar exclusivamente ao estudo da fotografia – primeiro entre 1977 e 1980 no Hadassah Community College, em Jerusalém, Israel. Depois, entre 1981 e 1984, frequentou como bolsista a Academia Nacional de Belas Artes em Amsterdam, Holanda.

Sergio ganhou o 5º Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, pela FUNARTE. Expôs no MAM RJ e no MIS SP entre outros locais. Criou a agência fotográfica ZNZ. Trabalhou por mais de vinte anos na Editora Abril, como diretor executivo, foi um dos fundadores da revista Caras e diretor de redação da revista Contigo. Nos últimos nove anos, trabalhou na área de Comunicação da TV Globo, como consultor de fotografia.

O Instituto Antônio Carlos Jobim iniciou suas atividades em maio de 2001, com objetivo de preservar e disponibilizar para o público a obra musical e poética do Maestro Tom Jobim, e, além disto, seu pensamento, admiração e preocupação com a preservação da natureza do Brasil.Aluisio Didier, presidente do Instituto, declara que “temos o prazer de acolher a Dicotomia fotográfica de Sergio Zalis com imagens de matas, uma natureza dividida por hemisférios que se bifurca em condições opostas. O frio e o calor, a sombra e a luz, o norte e o sul, Haia e Rio de Janeiro, florestas distintas que serão sempre uma “promessa de vida”.

O amortecimento do mundo, atinge também nossa capacidade de apreciar a exuberância das coisas.  Uma das maneiras de driblar essa insensibilidade consiste em extrapolar a realidade, exacerbando o que se vê. Ao invés de o mundo se colocar como um mero objeto de contemplação, seus elementos se eriçam e saltam sobre nós, liberando sua vitalidade inesgotável. Alguns chamam a isto de beleza exorbitante. Não será este o caso do tratamento a que Sérgio Zalis submete as suas fotografias? Nas várias dicotomias, é um outro jogo que se instala entre a imagem e a realidade, o excesso e a representação, a técnica e a intensidade vital…”, conclui o filósofo Peter Pál Pelbart.

Dicotomia foi um dos projetos selecionados na chamada pública cultural da rede diplomática dos Países Baixos no Brasil, para 2024, que teve como tema “Cidades Habitáveis”.

DICOTOMIA

Exposição de fotografias de Sergio Zalis

De 20 de junho a 20 de julho de 2024.

De quinta a terça-feira (fechado às quartas), das 9h às 17h. Entrada franca.

Instituto Antônio Carlos Jobim

Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Rua Jardim Botânico, 1008

Tel. (21) 2259-3237

@sergiozalis

www.sergiozalis.com

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